
Passei por aqui, só para desejar um FELIZ NATAL, a todos os que me visitam, tenho andado ausente, por motivos profissionais, mas em breve estarei de volta com histórias novas para contar!
Um outro eu...
Hoje venho aqui fazer um apelo aos passageiros dos autocarros (principalmente os que frequentam os mesmos que eu). Peço encarecidamente que se controlem!
Porque eu tenho um problema (ok, tenho muitos, mas hoje vou só falar deste), em algumas situações tenho por hábito ligar o piloto automático e funciono num sistema robotizado. Essa situação é flagrante por exemplo, sempre que entro num autocarro: subo a escada, passo o título na maquineta e sento-me naqueles lugares aos quais a minha amiga S. chama de banquinho dos palermas (onde ficam duas pessoas de frente a outras duas) e onde efectivamente as pessoas (como eu) fazem figura de palermas, porque há sempre alguém que se conhece e somos obrigados a ouvir as conversas alheias e faço eu uma pequena ideia das expressões que deixo escapar quando ouço certas histórias!! (shame on me)
Com o intuito de me proteger de situações constrangedoras dessas e porque (só) demoro cerca de uma hora a atravessar de Gaia até ao Porto, não prescindo do meu MP4, (se me falha a bateria até entro em hiperventilação).
Mas uma pessoa não é de ferro e gaja que é gaja, também não consegue ficar indiferente a tudo, principalmente quando começa a ouvir uma senhora com os decibéis, ainda mais altos do que os do aparelho, a despejar furiosamente insultos contra o motorista!, Até porque a dita senhora fazia questão de utilizar um vocabulário bastante especial, e eu como sou uma pessoa que procura desenvolver os seus conhecimentos, fui obrigada a, discretamente, retirar um dos auriculares do ouvido, não fosse dar-se o caso da senhora dizer algum palavrão que eu não conhecesse e sempre podia tirar partido da viajem para me cultivar.
Entretanto a coisa foi piorando e já estava a malta toda a pedir educadamente à senhora para se calar, com frases do género: raios partam a velha, não tem o que fazer em casa e vem chatear quem anda a trabalhar, (E coisas ainda piores).
E quando eu achava que a coisa ia acalmar, uma outra senhora que estava à minha frente (no banquinho dos palermas) lembrou-se que o vocabulário da senhora estava a incomodar o filho pequeno e retribuiu da mesma forma, ou pior já nem sei muito bem! Deduzi então que,o menino estivesse habituado ao patuá da mãe, mas de estranhos nem pensar! Imaginem aquilo ali mesmo à minha frente.
Ora com este vai, não vai, acho que perdi meia dúzia de músicas que precisava de ter ouvido, porque eu sou uma pessoa de rituais! Ainda para piorar a situação tenho para mim, que vou ter que criar novos hábitos e mudar de lugar, o problema é que aqueles lugarzinhos são os únicos onde posso viajar de pernas cruzadas Que maçada!
Se existem coisas que mexem comigo, uma delas é definitivamente o tango, é daquelas coisas que me causam sensações de arrepio. É decididamente a dança mais caliente que conheço. Aquela simbiose perfeita de dois corpos a dançar como se de um único se tratasse, a química, o constante jogo de sedução, a representação quase teatral de uma paixão avassaladora, é de uma emotividade contagiante.
Hoje alguém decidiu, com a sua boa disposição contagiante do costume, andar a gingar uns passos de dança e automaticamente fez com que a minha mente se recordasse de uma cena de um filme que tenho guardada na memória RAM do meu cérebro, aqui partilho o vídeo que mostra o excerto do filme “Take the Lead”, no momento em que António Banderas, dança o tango, a minha parte favorita!
Tenho a intenção de um dia ainda aprender a dançar assim!